Judas 1:12

Biblia Comentada  Judas 1:12

 

"Esses homens são rochas submersas nas festas de fraternidade que vocês fazem, comendo com vocês de maneira desonrosa. São pastores que só cuidam de si mesmos. São nuvens sem água, impelidas pelo vento; árvores de outono, sem frutos, duas vezes mortas, arrancadas pela raiz." Judas 1:12

 

Comentário de Judas 1:12

 

Depois dessa condenação Judas torna a caracterizar as pessoas, contra as quais se posiciona. Não trata de suas doutrinas e opiniões específicas. Talvez recorde a palavra de seu Senhor acerca dos
falsos profetas: “Em seus frutos os reconhecereis” (Mt 7.15s). Afinal, a igreja pode constatar com os próprios olhos: São eles que em vossas refeições fraternas, como manchas (ou: como recifes) com comilanças sem pudor, tão-somente apascentam a si mesmos.
Nas igrejas a que Judas escreve os “ágapes”, as “refeições fraternas”, que haviam surgido espontaneamente na primeira igreja, ainda eram preservados. Aliás, no passado a refeição conjunta no Oriente era, muito mais do que entre nós, expressão de íntima comunhão. Em razão disso a crítica contra a comunhão de Jesus com os “publicanos e pecadores”, quando afirmava que “ele até mesmo come com eles!” possuía a máxima contundência. Em consonância, a comunhão de mesa com seu Senhor estava totalmente inserida na vida dos discípulos. A renovação dessa comunhão de mesa após a Páscoa constituiu um selo especial da ressurreição de seu Senhor e de seu pleno perdão para eles (Lc 24.30s; Jo 21.3-13; At 10.40s). Também a instituição da ceia do Senhor na realidade aconteceu no contexto de uma refeição. Por isso, para a primeira igreja era um acontecimento muito natural que eles não apenas estivessem diariamente unânimes no templo, mas que também partissem o pão de casa em casa e recebessem o alimento com alegria e simplicidade de coração (At 2.46s). Era comunhão de mesa, refeição fraterna, na qual ao mesmo tempo se celebrava a ceia do Senhor. Esse costume provavelmente foi acolhido pelas igrejas. Os novos mestres e seus seguidores, porém, participavam sem pudor nas refeições fraternas. Consideram-se perfeitamente integrados na igreja, na qual desejam conquistar influência determinante. Contudo, na realidade são manchas ou recifes. As duas acepções são possíveis para o termo grego que consta aqui. A comunhão íntima ao comerem e beberem em conjunto tornava imprescindível uma conduta disciplinada em relação aos outros. A “liberdade”, conforme passou a ser propagada agora a partir das novas concepções, levava à libertinagem. O singelo comer torna-se “comilança”, e usufruir ganha tanto destaque que também Paulo se vê forçado a alertar contra isso com expressões duras (Rm 13.13; 14.17; Gl 5.21). Nessa liberdade transpõem-se limites necessários ao convívio. Entra “sujeira” onde deveria prevalecer um clima límpido e santificado. Assim esses participantes dos ágapes se tornam recifes, nos quais os membros da igreja podem soçobrar, uma vez que com isso os gnósticos obtinham uma oportunidade especial para proferir heresias. Também aqui podemos perceber a característica básica que Paulo combate com igual seriedade nos apóstolos da liberdade em Corinto: pensam somente em si mesmos e não se importam com o irmão (cf. 1Co 8.9-11; Rm 15.1s; 1Co 11.21s). Judas declara isso em adesão à palavra de juízo de Deus em Ez 34.2,8,10: estão “apenas apascentado a si mesmos”.
Conseqüentemente, são nuvens sem água, impelidas por ventos. Os orientais ansiavam muito pela água! Pois eis que surgem nuvens; será que trarão a almejada chuva? Não, o vento as tange ao largo, não refrigeram os campos sedentos. É assim que os novos homens se projetam grandiosamente como líderes para novas alturas, mas na verdade não têm nada para realmente presentear à igreja e refrescar corações sedentos. Uma segunda ilustração descreve a mesma situação: são árvores do final do outono sem fruto, duplamente mortas, desenraizadas. No outono esperamos que a árvore apresente frutos nutritivos. Já é outono tardio, mas eis que aí estão árvores sem fruto. Novamente Judas recorda palavras de seu Senhor em Mt 7.9,19; 21.18s; Lc 13.6-8. Verdadeiros cristãos estão na igreja como árvores frutíferas, ainda mais quando se destacam com ensino e liderança. Aquelas pessoas, porém, certamente tinham a aparência de árvores, sim, no passado de fato devem ter sido árvores, mas agora se procura nelas em vão por frutos. Estão duplamente mortas. Haviam sido resgatadas da “morte” da existência natural para a vida; mas agora morreram pela segunda vez, precisamente pelo fato de que estão desenraizadas. Já não estão, como Paulo declara aos colossenses, “enraizadas no Senhor Jesus Cristo” (Cl 2.7; também Ef 3.17). Agora conseguem produzir tão poucos frutos quanto ramos separados da videira.

 

Fonte:   COMENTÁRIO ESPERANÇA autor Werner de Boor Editora Evangélica Esperança

Bilbia Online: Versículos Comentados de Judas 1

 Baixe Livros Gospel Grátis Para Baixar è só Clicar nos Livros

 

Biblia Online NVI   Biblia Online NVI    Biblia Online NVI    Biblia Online NVI  Biblia Online NVI

Conheça Nosso Novo Site EBD Viva Igreja Forte