Judas 1:22

Biblia Comentada  Judas 1:22

 

"Tenham compaixão daqueles que duvidam;" Judas 1:22

 

Comentário de Judas 1:22

 

Será, no entanto, que Judas não tem nada a dizer à igreja sobre seu comportamento diante dos adeptos da nova tendência, que ainda convivem com suas fileiras, até mesmo participam de seus ágapes e de forma alguma pensam em “desligar-se” da igreja? Uma palavra a esse respeito era indispensável, sendo, pois, acrescentada nos v. 22s. O entendimento correto desses versículos é dificultado por variações na tradução dos manuscritos. À base da edição grega de Nestle pode-se delimitar seu conteúdo em dois segmentos. Contudo, também é possível que Judas tenha distinguido três grupos de inovadores, recomendando, consistentemente, três tipos de atitudes à igreja.
De alguns que estão em conflito consigo mesmos, compadecei-vos. Nessa acepção da frase a idéia seria de que há membros da igreja em conflito íntimo, ainda indecisos sobre a quem devem seguir. Para eles deve valer a compaixão da igreja. Não devemos interpretar de forma equivocada as duras frases, ásperas expressões e ameaças de juízo por parte de Judas. Justamente por ser tão grave o juízo de Deus, a misericórdia também pode ser tão grande em pessoas que vivem de forma exclusiva pela compaixão redentora de Deus. Essa compaixão obviamente não consiste em “desprezar a importância”, mas somente na salvação decidida e interveniente: “Salvai-os, arrebatando-os do fogo!” Pode ser que Judas tenha lembrado o “fogo” do juízo divino. Mas também pode ser uma metáfora genérica da “salvação” necessária, urgente e não isenta de riscos, como quando se arranca alguém de uma casa em chamas.
Todavia, não há certeza de que o termo grego diakrinomai aqui deva significar: estar em conflito consigo mesmo, ou seja, duvidar ou estar indeciso. Também pode simplesmente ter o sentido de brigar. Então se trataria de adeptos da nova tendência que ainda se encontram discutindo com membros da igreja. Em lugar de “compadecei-vos” preferiríamos neste caso a variante, igualmente bem documentada, argüi-os. Então o primeiro destes três grupos ficaria conhecido por meio dessa breve frase, e a igreja estaria sendo encorajada a tentar, a partir de seu claro alicerce de fé, com vistas ao amor redentor de Deus, a “argüição” dos errantes e discutidores. A exortação de “argüir” também caberia no caso de que tenhamos de imaginar esse primeiro grupo como os indecisos, em conflito consigo mesmos.


O v. 23 iniciaria um segundo grupo se acompanhássemos a subdivisão em três segmentos: Aos outros salvai, arrebatando-os do fogo. Nesse caso, nada muito específico estaria sendo dito sobre sua condição interior, mas mostraria com muito mais impacto à igreja que ela não deve entender mal as considerações nem se recolher para a mera condenação e rejeição. Também entre aqueles que se abriram para o novo movimento ainda existem os que podem ser salvos. Isso evidentemente não acontecerá por meias medidas. Requer um amor que tenha coragem de, ele próprio com os pés firmados em base sólida, estender a mão e arrebatar da torrente.
Seja como for, a seção final do v. 23 trata de um grupo à parte que, dependendo da versão e subdivisão, deve ser designado por “os outros” ou “os terceiros”. Dos outros, respectivamente dos terceiros, compadecei-vos com temor, odiando até mesmo a veste conspurcada pela carne. Judas não disse que forma tomaria a “compaixão”, o que ainda poderia “fazer”. Seria apenas a dor íntima em vista de tais membros da igreja? Será que ele tem em mente uma derradeira esperança na intercessão, porque Deus, afinal, ainda poderia realizar um milagre da graça neles? Ou terão razão os intérpretes que viram na expressão odiando até mesmo a veste conspurcada de carne a anulação total de qualquer comunhão, que já não tolera nem o “contato de tecidos”? Nesse caso Judas estaria assumindo uma posição diante dos falsos mestres, os principais endereçados com essa medida, análoga à de João em sua grave exortação em 2Jo 10: portadores de uma falsa doutrina não devem ser acolhidos na casa nem sequer saudados. Entretanto, João conseqüentemente já não faz referência alguma à “compaixão”. Por isso temos de permanecer, neste segmento, no entendimento recém-ensaiado, no qual se torna particularmente relevante a exortação de temer e odiar especificamente a “veste conspurcada”. A igreja deve ficar igualmente distante da simples “pena” humana e da frieza da justiça própria.

 

 

Fonte:   COMENTÁRIO ESPERANÇA autor Werner de Boor Editora Evangélica Esperança

Bilbia Online: Versículos Comentados de Judas 1

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