Judas 1:25

Biblia Comentada  Judas 1:25

 

" ao único Deus, nosso Salvador, sejam glória, majestade, poder e autoridade, mediante Jesus Cristo, nosso Senhor, antes de todos os tempos, agora e para todo o sempre! Amém." Judas 1:25

 

Comentário de Judas 1:25

 

Por que Deus possui o poder de nos guardar e conseqüentemente nos levar ao alvo cheios de júbilo? Judas acumula as asserções para nos mostrar toda a magnitude de Deus. Ao único Deus, nosso Redentor mediante Jesus Cristo, nosso Senhor, (cabem) glória, majestade, força e poder antes de todos os éons, agora e até todos os éons. Amém. Ele é o único Deus, aquele a quem compete única e exclusivamente a adoração. Esse “o Senhor unicamente” já ressoava naquela confissão básica de Israel em Dt 6.4; no “Ouve, Israel …” que todo israelita orava diariamente. Essa confissão dirigia-se contra o sem-número de deuses que eram adorados pelas nações em torno de Israel: são apenas “ídolos” e “nadas”. Em contraposição, o testemunho de Israel era: “O Senhor é nosso Deus, Javé unicamente.” Esse Deus de Israel desprezado e insultado por muitos gnósticos é o único Deus verdadeiro e o Pai de Jesus Cristo (Jo 17.3). Por essa razão Judas acrescenta frontalmente ao gnosticismo: nosso Redentor, mediante Jesus Cristo, nosso Senhor. Para o gnosticismo não importava a “redenção”, muito menos uma redenção mediante o sangue do Filho de Deus. Não reconhecia a insondável profundeza da culpa e perdição humanas. Importava-lhe a “posse do Espírito” e o “conhecimento”. Diante desse esvaziamento da mensagem, porém, a igreja deve perseverar claramente no centro da mensagem apostólica, na “palavra da cruz”, testemunhando e exaltando a Deus como o Redentor mediante Jesus Cristo.


Neste ponto também se explicita algo historicamente relevante. Independentemente de como Judas tenha se posicionado perante a “lei” – e o “irmão de Tiago” deve ter pensado e vivido em fidelidade à lei – ele captou e preservou o cerne do evangelho, até mesmo como “cristão judeu”. O Deus único e unicamente verdadeiro não é para ele primordial e essencialmente doador da lei, mas nosso Redentor mediante Jesus Cristo. Ele é apesar de, e não porque julga sem acepção da pessoa com juízos tão assustadoramente severos, como Judas lembrou na carta à atribulada igreja. Em qualquer ocasião só podemos falar de Deus como concomitantemente Santo e Misericordioso, Juiz e Redentor. Se dissociarmos um aspecto do outro, teremos tão-somente um Deus de nossas próprias idéias e não mais o Deus real e vivo de sua revelação. Judas não anotou “contradições” na carta, mas testemunhou essa junção de “seriedade” e “bondade” de Deus, exatamente como fez Paulo, o apóstolo dos gentios, em Rm 11.22 (“Considerai, pois…”).


Na seqüência é enumerado o que (cabe) a Deus. A maneira incondicional com que isso “cabe” a esse Deus verdadeiro e único é expressa por Judas justamente pelo fato de não acrescentar termos como “pertence” ou “cabe”, ou seja, nenhum predicado, mas por ligá-lo diretamente à menção de Deus. De forma precisa ele diz: a esse Deus glória, majestade, força e poder. Seria estranho se nós humanos pretendêssemos constatar por nós mesmo que a Deus “cabe” ou “deve pertencer” glória… No grego, o termo para glória (doxa) não é derivado de “Senhor”, mas significa inicialmente, conforme já foi exposto, “esplendor de luz”. A palavra megalosyne = majestade ou “eminência” é usada no NT somente para Deus. Os termos força e poder não possuem no grego a mesma semelhança de significados como em nosso idioma: a palavra kratos designa inequivocamente a força, especialmente em sua aplicação ativa. O termo poder traduz a exousia, que enfatiza a “autoridade”, a “liberdade para fazer uso do poder”. Deus tem poder, ao qual pode aplicar livremente, sem que alguém tivesse o direito de interrogá-lo “O que, afinal, estás fazendo?”.


Tudo isso, porém, pertence a nosso Deus, antes de todos os éons, agora e até todos os éons. É característico para o pensamento israelita não enfocar fundamentalmente, como o grego, os “andares”: céu, terra, mundo dos mortos ou “imanente” e “transcendente”. Em virtude da revelação recebida, Israel pensa de forma “histórica” e por isso em eras – éons. Entretanto nossa compreensão correta da Bíblia é dificultada pela freqüente tradução de éon para “mundo”. A existência do “mundo” (em grego kosmos) acontece mediante “éons” que sucedem um ao outro. O Deus eterno, no entanto, vive antes de todos os éons, possuindo a plenitude de tudo o que lhe cabe. Não existe uma “história de Deus”, mesmo que Deus participe da forma mais intensiva em todos os acontecimentos nos “éons”, tornando-se sem dúvida um “Deus da história”. Agora = hoje, por isso, quando pessoas o ignoram e insultam, quando sua igreja cai em aflições e confusões, isso não reduz em nada seu esplendor de luz e majestade, sua força e liberdade. Que consolo e arrimo firme isso significa para a igreja atribulada!


Diante dele descortina-se um futuro eterno. O NT não fala de uma “eternidade” abstrata, mas de novos éons. “Até os éons dos éons” ou, como consta neste versículo, até todos os éons – essa é a expressão bíblica, realista, vital, para “eternidade”. Não há ilustrações suficientes para falar acerca da riqueza de conteúdos desses éons vindouros. Eles “transcendem qualquer capacidade de imaginação terrena”. Conforme diz um conhecido hino, trata-se somente de “tempo sem tempo” e, em consonância, de “espaço” sem espaço, como agora o conhecemos. Muito mais importante é para nós saber que “o único Deus” permanece o mesmo em sua essência por todos os éons, assim como agora o conhecemos como “nosso Redentor mediante Jesus Cristo”. Com certeza Judas diria como o apóstolo Paulo em vista dos “éons” à nossa frente: “Para assinalar nos éons vindouros a transbordante riqueza de sua graça através de sua bondade para conosco em Cristo Jesus” (Ef 2.7).


Judas conclui a doxologia e, através dela, também toda a carta com o Amém, em grego amén. Trata-se de um termo hebraico derivado da raiz aman = estar firme. Confirma uma declaração como “estando firme” ou uma prece como “certamente” atendida. O que Judas afirmou no louvor de sua doxologia é portentoso e transcende toda a nossa imaginação. Mas está firme, é válido. Como última palavra esse Amém é ao mesmo tempo a confirmação de todo o seu conteúdo. Que os destinatários da carta, depois de lida na assembléia eclesial, acompanhem esse Amém, apropriando-se assim de tudo o que Judas precisou escrever-lhes com “necessidade” (v. 3) por incumbência do Senhor!

 

 

Fonte:   COMENTÁRIO ESPERANÇA autor Werner de Boor Editora Evangélica Esperança

Bilbia Online: Versículos Comentados de Judas 1

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