Judas 1:16

Biblia Comentada  Judas 1:16

 

"Essas pessoas vivem se queixando, descontentes com a sua sorte, e seguem os seus próprios desejos impuros; são cheias de si e adulam os outros por interesse." Judas 1:16

 

Comentário de Judas 1:16

 

A frase seguinte ainda pode fazer referência a essa nova orientação frente ao Deus do AT, inclusive se estiver revelando simultaneamente uma nova faceta da natureza das pessoas que põem a igreja em risco. Esses são murmuradores, zangando-se com sua sorte, andando segundo suas paixões. Se este mundo com seus sofrimentos e angústias era feitura de um infausto “demiurgo”, justificava-se plenamente a “murmuração” contra o estado atual da vida. Era lícito zangar-se descontroladamente com sua sorte e voltar-se indignado contra o construtor deste pior dos mundos. Ao que parece, os novos mestres e seus adeptos faziam isso de sobra. Afinal, era algo que o coração do ser humano natural assimilava facilmente. Mas que perigo havia nisso para a igreja! A “murmuração” e “zanga com Deus” foi a forma peculiar com que Israel pecou na travessia do deserto após sua milagrosa libertação pela vigorosa e misericordiosa mão de Deus (Êx 16.1-8; Nm 14.26-30; 20.13,24). Aqui se mostram incredulidade e ingratidão! Será que a igreja da nova aliança, que experimentou o amor
redentor de Deus de forma ainda muito melhor, cairá no mesmo pecado? Judas vê nitidamente o que fundamenta “murmuração” e “zanga”. É algo que vem do coração daqueles que andam segundo suas paixões. A configuração deste mundo, com suas carências, apertos e durezas, coloca limites intransponíveis para nossas paixões. Mas elas são atrapalhadas, acima de tudo pelos mandamentos de Deus. O ser humano está impedido de vivenciar desinibidamente seus desejos, razão pela qual se zanga com sua sorte e xinga a Deus, que seria culpado dessa má sorte. Nesse caso o amor de Deus na entrega do próprio Filho por pessoas perdidas foi completamente esquecido ou desprezado.
Sua boca profere arrogâncias. Novamente surge uma repercussão do livro de Enoque, que diz no cap. 5: “E vós injuriastes sua majestade através de palavras teimosas e arrogantes vindas de vossos lábios impuros.” Nos inovadores de fato e com certeza se podia constatar a rejeição proposital daquela atitude que encontramos em todas as personagens bíblicas e que Pedro sintetiza na palavra: “Humilhai-vos, pois, sob a poderosa mão de Deus” (1Pe 5.6). Abaixo essa miserável “humildade” – esse era o novo lema, semelhante ao que também Paulo encontrara em certos grupos de Corinto. A isso se acrescenta a desenvoltura verbal e a esplêndida riqueza de idéias, contra o que a proclamação apostólica podia parecer estreita e precária. Mesmo Paulo teve de ouvir em Corinto que sua apresentação pessoal era fraca e seus discursos não tinham peso (2Co 10.10). Sim, em comparação aos grandes “detentores do Espírito” ele parecia “carnal” a muitos (2Co 10.2). Judas não se deixa confundir e também exorta a igreja a não se deixar impressionar falsamente, mas a reconhecer com nitidez: Sua boca profere arrogâncias.
Mais um aspecto parece ser característico: admiram pessoas por causa da vantagem. Na instrução apostólica isso havia sido excluído expressamente (Tg 2.1-4), porque perante Deus “não existe acepção da pessoa” (Rm 2.11). Mas é evidente, quem “anda segundo suas paixões” e visa “vantagem” pessoal, cuidará de obter contato com pessoas influentes e abastadas, mostrará a elas sua correspondente “admiração” e as bajulará. Todo o pensamento e vida “gnósticos” representavam uma forma de cristianismo que era acolhida com aplauso nos segmentos superiores da população. Raciocínios espirituais interessantes, sem compromisso, e por isso com a simultânea “liberdade” para vivenciar as pulsões naturais, era ideal para pessoas que além de seu nível de vida material também demonstravam certos interesses intelectuais e religiosos. Gostam que os representantes na nova tendência os admirem neste ponto e, em troca, destinam-lhes diversas vantagens.
Entretanto, talvez a frase também aponte para a “admiração” e o “reconhecimento” que – como é costume em grupos sectários e fanáticos – são dedicados a personalidades líderes isoladas. Ressoam “nomes”, e pessoas são celebradas. É vantajoso participar disso e alistar-se no grupo de adeptos dessas celebridades. Mas isso constitui exatamente o oposto do que Jesus deu à sua igreja como regra essencial: Mt 20.25-27; Jo 13.1-7; Mt 23.8-12.

Fonte:   COMENTÁRIO ESPERANÇA autor Werner de Boor Editora Evangélica Esperança

Bilbia Online: Versículos Comentados de Judas 1

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